Hoje venho falar-vos de algo bastante perigoso e que sempre me passou despercebido até ter um cão: as praganas!
O nome é bastante apropriado pois esta simples planta, aparentemente inofensiva pode tornar-se um verdadeiro pesadelo!
Tenho visto imensas na minha zona, são frequentes na Primavera e por esse motivo decidi fazer este post.
As praganas podem agarrar-se ao pêlo dos cães e, devido ao seu formato, progredir até se cravar na pele. A partir desse momento, as barreiras físicas à infecção estão ultrapassadas e a infecção instala-se. A farpa pode progredir então por debaixo da pele e formar abcessos. Para resolver o problema é por vezes necessário efectuar cirurgia. A remoção das farpas é necessária e a dificuldade reside em encontrá-las e removê-las na totalidade. É como encontrar uma agulha num palheiro! Por vezes é necessário extrair cirurgicamente áreas amplas de pele para se conseguir solucionar o problema. Como agravante, a infecção provocada pelas praganas é por vezes de micro-organismos exóticos o que dificulta e atrasa o ataque medicamentoso. As zonas mais afectadas são a zona abdominal, espaço entre os dedos e membros.
Outra zona afectada com frequência são os ouvidos. Neste caso particular, cães da raça Cocker Spaniel e Caniche são os mais afectados devido ao formato das orelhas e ao pêlo que reveste a face interna das mesmas. As farpas entram pelo canal auditivo e causam dor aguda e muito incómodo. Os sintomas são sacudir a cabeça, coçar o ouvido, roçar o ouvido pelo chão e inclinar a cabeça para o lado afectado. É fundamental procurar a ajuda do veterinário pois quanto mais tempo passa mais inflamação se forma e mais difícil se torna remover a pragana.
Os olhos também são afectados com muita frequência e neste caso qualquer raça é afectada na mesma proporção. Os sintomas são também muito incomodativos como esfregar o olho intensamente, olho fechado e a lacrimejar. É também uma situação urgente pois a pragana pode provocar danos sérios no olho que se agravam com o passar do tempo.
Outras zonas afectadas mas mais raras são as narinas, os lábios, a faringe e os pulmões com resultados também muito sérios.
Alguns cães são particularmente predispostos ao problema principalmente devido às características do seu pêlo.
O que se pode então fazer para evitar o problema?
A primeira medida óbvia é evitar que eles tenham acesso a zonas com ervas altas e praganas.
O uso de vestuário próprio para cão também ajuda a evitar parcialmente o problema.
Logo após o passeio por zonas com ervas, escove o seu cão e remova as espigas, com especial atenção à zona entre os dedos, axilas e orelhas.
Evite que o seu cão coma ervas com espigas. Se o seu cão começar a tossir e ficar engasgado após comer ervas tem de consultar o seu veterinário imediatamente.
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